A história e dividida claramente em duas partes: na primeira metade do filme é a adolescência – simbolizada não só pelas atitudes do protagonista, mas também por seu figurino e ambientação (notem nas roupas e quarto infantis); a segunda parte é o início da vida adulta, culminando no discurso final do protagonista.
Na primeira parte do filme, que é a mais interessante, é dominada por composições distorcidas – principalmente empregando lentes olho de peixe. Combinando com as tomadas distorcidas, temos também a escolha de uma palheta amarelada, colorida e desequilibrada. Nada mais adequado para contar a história do protagonista, Renton (Ewan McGregor).
Nessa parceria entre o diretor Danny Boyle e o cinematógrafo Brian Tufano o espectador é apresentado à várias metáforas visuais, das quais destaca-se a cena na qual Renton sofre em overdose: nessa cena, composta dor close-ups que chegam à escala da macro-fotografia, o espectador é levado para dentro da seringa e observa a heroína sendo derramada veia a dentro, como um líquido sujo que se esvai em um ralo de pia.


Abraços e boas fotos.