domingo, 20 de março de 2011

Valorize seu tempo e seu rico dinheirinho I - Introdução

Mais uma vez farei uma pausa na série sobre Profundidade de Campo. Dessa vez para falar de assuntos extremamente nobres: tempo e dinheiro!

Fotógrafos, principalmente os hobistas e entusiastas, aparentemente tem uma tendência natural para o consumismo. Com facilidade torramos nosso dinheiro em material, equipamento e cursos inúteis. Da mesma forma, aparentemente gerenciamos mal nosso tempo – embora essa seja uma observação um pouco mais subjetiva.

Pensando nisso iniciamos uma série de posts para discutir os desafios de gerenciar nosso tempo e nosso orçamento. Não é nossa pretensão fornecer uma receita para o sucesso, mas sim, sugerir uma reflexão mais aprofundada sobre esses assuntos.

Essa série deve durar alguns posts, mas quero adiantar a conclusão, que é óbvia: Pense antes de agir, seja menos compulsivo e pare de gastar seu tempo e dinheiro de forma inútil!

Grande abraço

Nos vemos em alguns dias.

sábado, 12 de março de 2011

Profundidade de campo II – Aspectos práticos



No primeiro artigo desta série definimos Profundidade de Campo e vimos quais fatores a afetam. O gerenciamento destes fatores é geralmente intuitivo. Vejamos:

• Abertura: “Para menos foco abra, para mais feche”.
• Distância focal (Lente objetiva): “Quanto mais tele, menos foco; quanto mais grande-angular, mais foco”.
• Área do sensor: A profundidade de campo cresce na seguinte ordem – Compactas> APS-C&> APS-H> Full Frame> Médios formatos> Grandes Formatos. Se você gosta de fundo desfocado, desista das compactas.
• Dimensão da imagem final: Se o destino final da foto for o meio digital (leia internet), não se preocupe com este fator. Nesta escala é possível até fazer pequenos ajustes na edição.

E o mais importante:
• Distância ao foco crítico: Note que este á o fator que isoladamente tem mais influência (“ao dobrar a distância em relação ao assunto em foco a profundidade aumenta 4 vezes”). Portanto, se quiser menos em foco, chegue mais perto; se quiser mais, afaste-se. Em outras palavras, lembre-se: “Quanto mais longe do assunto, mais difícil é desfocar o fundo”.

Na prática, para conseguir aplicar o foco seletivo, ou seja, colocar apenas o assunto em foco aparente tente aliar a seguinte configuração: Utilize objetivas a partir de 50mm (para full frame, ou 30mm para APS-C), abra o diafragma e chegue o mais perto possível.

Profundidade de campo é um tópico interessantíssimo e extenso. Mas, por hora ficaremos apenas com estes conceitos básicos. No futuro se possível voltaremos para debater outros aspectos, como Hiperfocal, Macro, Difração etc.

Enquanto isso, quem deseja saber mais sobre profundidade de campo, principalmente sobre a teoria envolvida, eu recomendo visitar a Wikipédia, que apresenta profundo detalhamento – até mais detalhado que o capítulo deste tópico no livro do Ansel Adams.

http://en.wikipedia.org/wiki/Depth_of_field

Para finalizar esta série, no próximo artigo apresentaremos duas simulações para demonstrar que é, sim, possível fazer belos retratos, com fundo desfocado, mesmo usando a tão achincalhada “lente do Kit”.

Até

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pausa para um Open House – Agora estamos no Flickr!

Bom, pessoal, passou o carnaval, então agora é pra valer... Feliz 2011!

Como parte do plano de metas para este ano estou reativando minha conta no Flickr.

Isso significa que os interessados poderão encontrar algumas amostras dos ensaios produzidos por mim em http://www.flickr.com/photos/minduinfix/.

Dessa vez, prometo postar fotos novas com maior freqüência.

Também é possível procurar minhas fotos pela Tag “Carlos Silva”, embora eu não recomende este método dado que meu nome é muito comum.

Além disso, também continua ativa a conta no Picasa, que é voltada exclusivamente para cobertura fotojornalistica da prática de Beisebol no Brasil. https://picasaweb.google.com/beisebolbr

Quando puderem, façam uma visitinha.

Abraços

terça-feira, 8 de março de 2011

Profundidade de campo I – A teoria



Certamente a primeira epifania após a aquisição de uma DSLR é a descoberta da profundidade de campo – propriedade que permite o uso do foco seletivo, ou seja, colocar apenas o assunto em foco, deixando o fundo, por exemplo, fora de foco.
Na realidade, há apenas um plano à frente do sensor e paralelo ao mesmo, no qual os objetos estão teoricamente no foco (nas aulas de física chamamos este plano de “foco objeto real”, nas aulas de fotografia chamamos de “foco crítico” – trata-se da mesma coisa). Mas, para nossa sorte, a fotografia não á tão precisa e rigorosa quanto a óptica geométrica. Assim, há certa fatia de espaço à frente e atrás do foco na qual os objetos podem ser fotografados com satisfatória nitidez. O tamanho, ou largura, desta fatia é chamada de “profundidade de campo” (sugestivo, não?).

Quanto maior a profundidade de campo, mais extenso será o espaço em que se podem fotografar objetos com nitidez.




Os fatores que afetam a profundidade de campo são:

1) Abertura: A profundidade de campo é diretamente proporcional à abertura do diafragma, portanto, dobrando o número f, dobra a profundidade de campo.
2) Distância ao foco crítico: A profundidade de campo é diretamente proporcional ao quadrado da distância ao assunto que se encontra no foco crítico, ou seja, ao dobrar a distância em relação ao assunto em foco a profundidade aumenta 4 vezes.
3) Distância focal (Lente objetiva): A profundidade de campo é inversamente proporcional ao quadrado da distância focal. Conseqüentemente, ao passar de uma objetiva 100mm para uma 50mm a profundidade de campo aumenta 4 vezes, por exemplo.
4) Área do sensor (ou seja, a dimensão da imagem capturada): A profundidade de campo é inversamente proporcional à área do sensor (grosso modo, “tamanho do sensor”). Quanto menor o sensor, maior a profundidade de campo. Por isso é tão difícil usar foco seletivo com câmeras compactas que apresentam sensores pequenos.
5) Dimensão da imagem final: Quanto maior a ampliação naturalmente menor será a nitidez dos objetos fora do foco crítico, portanto, menor será a profundidade de campo.

Para calcular a profundidade de campo é necessário ainda definir o nível de nitidez satisfatória, conforme mencionado acima. Para isso utilizamos o parâmetro chamado de “Circulo de confusão”, que quantifica nível de detalhe expresso na fotografia e percebido por nossos olhos. Resumidamente, trata-se da área da representação gráfica de um ponto luminoso. Com a perda da nitidez o ponto luminoso passa a ser representado por um halo (círculo de confusão), ou seja, quanto maior a nitidez, menor será o círculo de confusão. Por convenção, considera-se um círculo de confusão de diâmetro igual a 0,035mm para o limite de nitidez satisfatória.

As objetivas de distância focal fixa costumavam apresentar uma escala de profundidade de campo, o que se perdeu com o advento das objetivas zoom. Por outro lado, hoje existem inúmeras tabelas de auxílio e até aplicativos para celular para o cálculo da profundidade de campo.

Portanto, não é necessário saber calcular a profundidade de campo na ponta do lápis, porém, é muito importante conhecer os fatores envolvidos e saber como controlá-los para o melhor planejamento de nossas fotos.

No próximo artigo apresentaremos algumas dicas e aspectos práticos.

Abraços e boas fotos.

terça-feira, 1 de março de 2011

... and the Oscar goes to... Wally Pfister!

Depois do boicote ao nosso querido Christopher Nolan, pelo menos "A Origem" faturou a melhor fotografia.

Wally Pfister já havia sido indicado 3 vezes antes: Batman Begins, O grande truque e Cavaleiro das trevas. Todos em parceria com Christopher Nolan. Aliás, tirando seu primeiro filme, o desconhecido Following, todos os demais filmes de Nolan foram cinematografados por Pfister.

Na opinião deste blog Pfister é um grande cinematógrafo, dotado de um estilo que mescla planos tradicionais com movimentos de câmera criativos. Um bom exemplo é a famosa cena do interrogatório em Cavaleiro das Trevas, onde o clássico plano de câmera sobre os ombros é associado à movimentação dollie em círculo passando por trás dos personagens (Batman e Coringa), mudando a orientação dos espectadores a cada plano seqüência (regra dos 180°). Nota-se também que Pfister não é grande adepto da câmera de mão, que é praticamente uma marca do cinema de ação e aventura nos dias de hoje.

Assistir os filmes de Nolan/Pfister é uma verdadeira aula de cinematografia.

Este prêmio foi mais que merecido!



Abraços e bons filmes e boas fotos